O maior desafio de projetar uma arquitetura industrial é conseguir aproximar um edifício, que precisa ser necessariamente grande para abrigar todos os usos de um estaleiro, da escala humana. Essa complexidade se adiciona à responsabilidade de conseguir atingir uma determinada estética que possibilite ao menos uma certa contribuição para o contexto geral da cidade, visto que é uma edificação que pode se tornar um grande obstáculo na paisagem urbana.

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Assim que fomos designados para este projeto, nossa pesquisa para concepção do projeto foi fundamentada na relação entre estrutura e estética, entre forma e função. É uma discussão que circunda qualquer tipo de arquitetura mas, no caso de galpões industriais, a questão estética se torna sensível pois fica em segundo plano na maior parte das vezes. Isso acontece justamente por causa da fuga da escala humana, dos grandes vãos, das extensas empenas e das dimensões voltadas para as máquinas e processos que serão ali instalados.

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Estudamos os métodos construtivos do concreto pré-moldado e as possibilidades de trabalhar com essa estrutura e, a partir dela, conceber um edifício que atinja as necessidades para se construir barcos de qualidade e ao mesmo tempo ser atraente para quem o vê de longe. Ainda que o edifício seja privado e dentro de um condomínio logístico, podemos contribuir com a paisagem da cidade através de uma arquitetura agradável de se olhar.

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Para concretizar essas intenções decidimos separar claramente a parte produtiva do edifício da parte administrativa e de serviços. Dessa forma dois extensos volumes se formam, um amplo e alto para a construção dos barcos; e outro próximo da escala humana, voltado para a rua, emoldurando a fachada principal.

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Uma das premissas principais do projeto era o controle de pessoas visto que há uma grande quantidade de funcionários. Por isso, deslocamos a entrada dos funcionários para o centro do edifício como volume de entrada principal. Desta entrada iluminada naturalmente distribuímos os fluxos para que o funcionário possa acessar os vestiários, banheiros e seguir para seu serviço.

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Para os fechamentos, no galpão principal utilizamos a laje alveolar por ser o material mais usual para estruturas pré-moldadas. No bloco frontal repetimos esse mesmo material, porém mudando para o sentido vertical de forma a criar um ritmo de peças intercaladas com esquadrias que permitem o sol matinal a entrar.

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O resultado é um edifício completo, modular, racional e, ao mesmo tempo, comunicativo e ritmado. Um galpão que presa pela excelência da montagem de barcos mas também um edifício que valoriza a marca da empresa e convida seus clientes e conhecerem a qualidade do produto que ali está sendo produzido.