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Arquitetura, Notícias

Enquanto não conseguimos ver uma luz no fim do túnel para a resolução da COVID-19 no Brasil, a maioria das empresas já tem a sua estratégia de volta (ou não) ao escritório bem definida para o próximo semestre. A pandemia nos mostrou que é possível realizar o trabalho remoto com produtividade e forçou gerentes a encontrarem maneiras de incentivar seus times das mais diferentes maneiras – receber bolos recheados, cestas de café da manhã e outros agrados por delivery na sua casa pelo seu chefe, se tornou algo bem comum. Apesar da grande maioria das empresas ter sofrido uma recaída econômica por conta da pandemia, uma boa quantidade – principalmente no setor de Tecnologia – está até realizando contratações em série. O fato é que a necessidade e principalmente o custo de manter um escritório para toda a equipe é algo que hoje se tornou muito discutível. Como, então, podemos planejar o retorno gradual ao escritório e quais alternativas podem ser aplicadas em termos de design para o espaço de trabalho pós-pandemia?


Acredito que existam no momento 3 cenários possíveis para a retomada das atividades corporativas: o retorno por completo ao escritório, a implementação do home office em tempo integral ou – o que prevejo que seja o caminho mais adequado – um ponto de equilíbrio entre essas duas alternativas. Então, se você está em fase de reestruturação da sua equipe e desenhando a estratégia de retomada da sua empresa, lhe apresento um pequeno guia para orientação nas suas decisões e soluções de arquitetura para ajudá-lo nesses 3 cenários.


CENÁRIO 01 – A VOLTA AO ESCRITÓRIO COM MAIOR PRECAUÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHO


Agora que o contágio por corona vírus é considerado doença ocupacional, as empresas precisam tomar um maior cuidado quanto à organização do espaço, à qualidade do ar interior e principalmente à limpeza. Problema é que o Ministério da Economia e o Ministério da Saúde não nos disseram quais são as medidas práticas específicas a serem tomadas nos escritórios para garantir a saúde dos trabalhadores, a não ser as recomendações que já estamos familiarizados como o distanciamento, uso de máscara e limpeza frequente. Você pode checar na íntegra o OFÍCIO CIRCULAR SEI nº 1088/2020/ME e a PORTARIA Nº 1.565 publicados pelos respectivos Ministérios para conferir como são generalistas.


Por isso, o que vejo que outras empresas estão seguindo são as diretrizes da OMS, que são mais específicas e englobariam todas as outras. Isso implicaria em uma rigidez extrema dos espaços de trabalhos em que coloco abaixo alguns pontos principais a serem adotados. Mas, já adiantando e sendo sincero, para empresas com mais de 30 funcionários não valerá a pena voltar à sede com tantas restrições, a não ser que de maneira parcial. Por isso, pule para o Cenário 2 e 3 se você pensa em adotar um modelo mais flexível. Seguem abaixo os pontos principais indicados para espaços de trabalho dentro da restrição da COVID-19, segundo a OMS:

– Desinfecção frequente (2x ao dia) de materiais que o vírus se instala por mais tempo, como plástico, aço e madeira. ou seja, passar álcool em gel em praticamente tudo que o funcionário utiliza.

– Usar máscara de 3 camadas o dia todo, trocando frequentemente por uma nova a cada 2/3 horas.

– Utilização de mesas individuais de trabalho em vez de coletivas.

– O espaçamento entre as cadeiras deverá respeitar a distância mínima de 1,8 metro (6 feet), de acordo com as recomendações da OMS e do Centers for Disease Control and Prevention.

– Recomenda-se não utilizar carpete, mas caso seja a única alternativa, o mesmo deve ser higienizado diariamente.

– Manter janelas abertas sempre que possível.

– Cumprir a lei n° 13.589 de 2018, que dispõe sobre a manutenção de instalações e equipamentos de sistemas de climatização de ambientes (ar-condicionado), levando em consideração o plano PMOC de acordo com tipo do edifício e colocar a evidência da última manutenção na sinalização.

– Recomenda-se não utilizar salas de videoconferência porque geralmente não tem ventilação nem janelas.
Salas de reunião com 50% de ocupação, devem manter janelas e portas abertas se possível e limpeza de tudo a cada utilização.

– Copas e cozinhas, seguir distanciamento de 1,8m e não compartilhar utensílios. Ou seja, funcionários teriam que trazer seus pratos, canecas ou a empresa disponibilizar utensílios descartáveis.

– Áreas comuns podem ser utilizadas seguindo as mesmas recomendações acima. Mas não se recomenda realizar jogos entre funcionários (descompressão).

Como podem ver, seria quase impraticável manter uma empresa nesse sistema, a não ser que você faça isso aos poucos – testando essa retomada com as novas medidas – ou duplique o tamanho de seu espaço (ou siga os Cenários 02 e 03 deste post). Neste caso recomendo fortemente a implantação de uma comunicação visual que seja amigável, sensível e educativa para que os funcionários entendam a importância dessas ações no ambiente de trabalho. No fim, o ideal mesmo seria aguardar o fim da pandemia, o surgimento da vacina e voltar tudo ao normal como antes. Acredito que isso seja sim uma opção em que possamos aguardar, e aí continuamos projetando nossos espaços de trabalho utilizando como referências as normas e decretos que já estamos familiarizados como a NR17 (Ergonomia) e a NBR 5413 (Iluminação em Interior). Elas também não são muito específicas e por isso criamos este post com medidas confortáveis para um bom planejamento do seu espaço de trabalho.



CENÁRIO 02 – ADOÇÃO DO TRABALHO REMOTO POR COMPLETO


Especialmente para empresas de tecnologia, trabalhar com o computador em casa nunca foi um problema, então, por quê voltar ao escritório? Dentro da perspectiva do trabalho remoto surgem diversas possibilidades benéficas. As empresas podem levar o escritório até a casa dos funcionários, providenciando um kit ergonômico dos equipamentos necessários como cadeira, mesa, computador e por quê não outros agrados como almofadas, apoio para os pés e cafeteiras? Outra ideia interessante seria disponibilizar vales de compras em lojas parcerias para que os colaboradores comprem itens de home office que combinem com a sua casa. Se quiserem ser mais ousadas, por quê não contratar um designer para elaborar um mobiliário customizável para difundir a marca e valorizar a cultura interna das empresas?


Como não há legislação ainda no Brasil sobre trabalho remoto, temos que seguir respeitando as mesmas normas de ergonomia e segurança do trabalho que já seguimos nos escritórios. Então é importante conferir se os equipamentos seguem a dimensão adequada. 


O kit home office pode ser algo muito interessante porém existe o empecilho de algumas pessoas não disporem de espaço suficiente em suas casas para receber equipamentos e mobiliário, e/ou terem acesso limitado à internet. Neste caso, os coworkings se consolidam no mercado como ótima saída, oferecendo espaços de qualidade, com muito conforto e estilo. Iniciativas como a Beer or Coffee e a WeWork podem ajudar as empresas a encontrarem o espaço adequado para seus funcionários em coworkings espalhados pelas cidades.


O trabalho remoto é uma opção que atualiza não só nosso modo de trabalho mas também nosso estilo de vida, abrindo precedentes para muitas possibilidades nunca vistas antes. As pessoas podem agora começar a morar em qualquer região que tiveram sonho e vontade de morar, sem se preocupar com a proximidade do trabalho. Podem trocar o tempo que iriam ter no trânsito por tempo em família. Podem investir no seu próprio conforto, projetando e criando o lar de seus sonhos. De maneira contrária, elas podem continuar morando onde sempre moraram, mas trabalhar em uma empresa de outro lado do mundo.


Tudo soa muito criativo e inovador, porém, há algo que faz falta para muita gente no trabalho remoto, segundo algumas pesquisas: o convívio social. Por mais que façamos várias videoconferências e estejamos em contato direto com nossos familiares dentro de casa, não conseguiremos suprir algo essencial para nós, que é essa troca de experiências, o contato, o afeto humano e presencial. Isso talvez possa ser suprido em nosso terceiro cenário.


CENÁRIO 03 – O EQUILÍBRIO ENTRE A VIDA REMOTA E A VIDA SOCIAL


O terceiro e último cenário que possamos estar nos encaminhando é o que acredito ser o mais interessante. É um cenário que inclusive pode ser benéfico para as nossas cidades, fazendo uso de um modelo de urbanização que nós arquitetos defendemos há algum tempo: o uso misto e a descentralização. 


As empresas podem diversificar sua abordagem de trabalho, flexibilizando os momentos de trabalho focado, trabalho em grupo, reuniões, socializações, descompressão e outras atividades que fazem parte da sua rotina. Esses momentos podem acontecer conforme o ambiente que melhor propicie esse tipo de atividade, seja a casa do próprio colaborador, um coworking ou uma pequena sede da empresa em um bairro próximo. É bem possível que o trabalho mais individual e focado tenha como palco nossas próprias casas e os coworkings, enquanto as sedes das empresas virem espaços pensados e projetados para acontecer encontros, trocas, experiências e reuniões.


Imagine você morar em um edifício que além de moradias possam coexistir escritórios, lojas, coworkings, salas compartilhadas, espaços de descompressão em comum. Ou, indo para um vertente diferente, imagine poder morar um pouco mais afastado da cidade e, quando precisar, poder passar alguns dias na sede da sua empresa participando de experiências coletivas em um espaço incrível que te inspire para que isso aconteça. Pode parecer complicado mas isso de fato já está acontecendo em grandes empresas como Facebook e Google. Recentemente, a XP Inc. anunciou que adotará o home office para sempre e criará uma nova sede no interior de São Paulo apenas para criar experiências para funcionários e stakeholders, contando até com hotel integrado.


Este modelo que também é fruto do avanço da tecnologia e consequência clara da globalização pode ser muito benéfico para a vida urbana e das pessoas. Ele pode estimular deslocamentos, interações e edifícios multifacetados. Pode promover a ocupação de espaços comuns de maneira híbrida e não necessariamente pela mesma empresa. Pode dar mais liberdade para as pessoas viverem e trabalharem de acordo com sua personalidade e estilo de vida. 


CONCLUSÃO


Seja remodelando ou não a estratégia organizacional da sua empresa, é inevitável que alguma coisa irá mudar na volta aos escritórios pós-pandemia. Todos nós estamos repensando nosso modelo de trabalho e de vida, e acredito que as empresas que mais se sensibilizarem com esse momento, encontrarão as melhores alternativas para o seu sucesso. De qualquer modo, seja qual for a estratégia adotada, hoje valorizamos muito mais nosso conforto, seja no escritório ou em casa, e cabe a nós arquitetos auxiliarmos as pessoas e as empresas a conquistarem essa qualidade de espaço.

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Arquitetura
A sua empresa pode ter o melhor produto e/ou serviço do mercado, oferecer algo indispensável para seus clientes e conseguir vender por um preço abaixo da concorrência, mas se você não apresenta o seu produto de uma maneira que o seu cliente enxergue o valor dele e da sua empresa… é provável que suas vendas não estejam gerando o retorno que você merece. E a arquitetura do seu ambiente pode ser a solução para esse problema.

A apresentação de um produto é fundamental para esclarecer aos seus clientes que o que você faz é realizado com muito cuidado, investimento e trabalho, e que muitas pessoas se dedicaram para entregar aquele item perfeitamente ao usuário final. Isso é fazer o cliente enxergar valor e sentir que está fazendo uma compra segura que não irá se arrepender. Logo, tornar o seu produto apresentável é sintetizar todo o seu trabalho em uma estética agradável e de fácil apreciação pelo público em geral. 

Não é toa que chefs de cozinha se empenham em dispôr os alimentos no prato em uma composição harmônica, que empresas como Apple renovam o design de seus produtos a cada ano, e diversas lojas se empenham cada vez mais em produzir vitrines que chamem atenção. Mas e a arquitetura interior de seu ambiente? Mostraremos agora 5 lojas que estão aumentando suas vendas e mostrando todo o valor de seus produtos através da arquitetura, com o auxílio de um bom projeto de interiores.

Livraria Altlife

Fotos de Dirk Weiblen. Projeto: kokaistudios


O que diferencia a Altlife de outras livrarias é que o ambiente leva os clientes a passearem pela loja, saindo da rua, descendo pelas escadas e sendo convidados a uma hora sentarem para ler um livro, assistir um workshop na arquibancada, estudar em um canto calmo e eventualmente acabar comprando um livro. Veja que o foco não é expor o produto descaradamente, e sim provocar uma jornada atraída pela curiosidade e pela fluidez do ambiente. É criar uma história através de um percurso que faz o cliente se sentir em casa e a explorar, assim como a provocação de um livro.


Farmácia Molecure

Fotos de Kuomin Lee. Projeto: Waterfrom Design.


Quem disse que uma farmácia precisa ser toda branca, sem graça e com cara de hospital? O proprietário da terceira geração de farmácias Molecure em Taiwan decidiu mostrar para seus clientes que uma farmácia pode sim representar um momento de cura. Os arquitetos do projeto tentaram então combinar a origem da medicina, com um toque de natureza com a tecnologia de hoje, trazendo elementos da arquitetura como o aço e uma certa racionalidade de projeto.


Paloma Barceló Calçados

Créditos: Paloma Barceló. Projeto: MIDI.


Aqui o ambiente está longe de ser o protagonista. Com o uso de diferentes texturas para o piso, parede e teto, a loja de calçados emoldura os seus produtos com o mínimo de mobiliário e materiais. O uso de cores neutras e materiais singelos evidencia ainda mais os produtos expostos, agregando um valor mais do que sofisticado aos calçados.


Cervejaria The Populist Brewery

Créditos: Lagranja Design


O conceito deste restaurante e cervejaria em Istambul é de retratar a história política do país e seu povo, levando elementos gráficos para o público se identificar. Nas paredes é possível encontrar retratos de pessoas, frases políticas, megafones e outros itens que despertam a curiosidade. Mais do que isso, a cervejaria demonstra que é um “lugar para todos” oferecendo uma dezena de diferentes espaços internos, fechados, abertos, com luz natural, para agradar todo o tipo de persona. Aí fica difícil não gostar, não é?


Doctor Manzana – Loja de reparos de celular

Fotos de Luis Beltran. Projeto: Masquespacio.


Esta é uma loja de gadgets e reparos de smartphones que você nunca irá esquecer. Isso porque os arquitetos criaram toda a identidade visual da empresa, da marca até o espaço, projetando as mesmas cores e ângulos no ambiente da loja. Isso significa levar para casa as embalagens e ao ver na rua essas cores e diferentes ângulos, saber que estamos falando de Doctor Manzana. Isso sim é uma presença de marca!


CONCLUSÃO

Como podemos ver, existem diferentes abordagens com a arquitetura de um lugar que podem evidenciar ainda mais o valor do seu produto e a marca da sua empresa para os seus clientes. Existem profissionais como arquitetos e designers especializados nisso, que podem realmente alavancar um negócio com seus projetos e a sua criatividade.

Você poderá ver em nossa aba de Projetos mais alguns exemplos de arquitetura comercial e se inspirar ainda mais. Se o seu produto é bom, não hesite em investir na sua aparência, tire dúvidas com um profissional, e torne o seu produto não só um objeto, mas principalmente uma experiência que ele nunca mais vai esquecer.

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