Parque Empresarial de Inovação Leonardo Da Vinci
Nossa equipe integrou o time Reinventa Cidades da Academia de Negócios da FIESC para elaborar o conceito arquitetônico do Parque Empresarial de Inovação Leonardo Da Vinci, para a cidade de Criciúma. O projeto visa transformar a antiga sede da fábrica de cerâmicas CECRISA em um ambiente dinâmico e integrado de inovação. O projeto pretende posicionar Criciúma como um polo tecnológico, oferecendo uma infraestrutura moderna e sustentável, com foco em inovação contínua e colaboração entre diversos setores.
Para desenvolver o conceito ideal para o ambiente, foram coletadas informações relevantes, incluindo benchmarkings de ambientes de inovação e o contexto histórico da cidade e região. Esses dados foram cruzados com as ideias geradas pelas lideranças durante a fase de Warm-up, garantindo uma base sólida e bem fundamentada para o projeto.
Os principais pontos de necessidade do projeto levantados pelas lideranças do município foram:
- Transformar Criciúma em um polo de soluções tecnológicas avançadas.
- Desenvolvimento de laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, espaços para eventos, conferências e prototipagem.
- Criar uma cidade com alta qualidade de vida, segurança e desenvolvimento humano.
- Implementação de áreas verdes, espaços recreativos e programas de bem-estar que promovam um estilo de vida saudável e equilibrado.
- Estabelecer parcerias estratégicas e programas de colaboração conjunta para fortalecer o ecossistema de inovação.
- Crescimento econômico sustentável com ênfase em indústrias de alto valor agregado e deep tech.
- Posicionar Criciúma como uma referência em inovação e tecnologia tanto no Brasil quanto no mundo.
Essas visões serviram como norteadores na busca por benchmarkings de ambientes de inovação e modelos de Urbanismo.
O conceito escolhido para o Parque Empresarial de Inovação Leonardo da Vinci é "Trabalhar, Viver, Respirar e Inovar". Este conceito integra os princípios do Novo Urbanismo e a abordagem de "Cidades de 15 Minutos", visando criar um ambiente onde as pessoas possam viver, trabalhar, e inovar em um espaço harmonioso e sustentável. A proposta é desenvolver um espaço multifuncional que combine áreas residenciais, laboratórios de pesquisa, espaços de lazer e programas de bem-estar, promovendo uma comunidade coesa e dinâmica. Com foco na inovação contínua, o parque busca atrair talentos e empresas de alta tecnologia, tornando-se um modelo de desenvolvimento urbano sustentável e um centro de referência em inovação e qualidade de vida.
Do ponto de vista arquitetônico e urbanístico, o primeiro passo do projeto foi prever espaço suficiente para ter a estrutura física necessária para desenvolver o ecossistema do ambiente. Para isso, planejamos de forma cautelosa a remoção da estrutura atual construída no terreno, da antiga fábrica de cerâmica, de forma a preservar parte da sua estrutura para o próprio projeto.
Dessa forma, com o terreno liberado, propomos o desenho das vias e subquadras de forma a criar uma centralidade no terreno, que permite que as futuras edificações sejam acessadas por no máximo 5 minutos de caminhada. Este centro é acessado pela Av. Manoel Delfino de Freitas (SC-445) e por uma via lateral de apoio já existente.
Essa organização ao redor de uma centralidade, permitiu a segmentação das quadras em lotes em que as demais futuras edificações ao redor sejam conectadas sempre por esse elemento, criando um fluxo de distribuição e um eixo de conexão entre as vias de acesso existentes.
É justamente nesse eixo que se sugere a implementação da primeira fase do projeto, com esses 3 setores principais de edificações. A ideia é que a estrutura atual da fábrica preservada seja o ponto de partida do projeto, realizando um trabalho de retrofit da edificação e a transformando em um Hub de Inovação Aberta. Ao lado, cria-se uma praça que conecta a fábrica com um anexo de apoio com estrutura para restaurantes, mercado e lojas. São usos importantes para de início fomentar o Conceito do projeto de Viver, Trabalhar, Respirar e Inovar.
A reutilização da antiga fábrica da Cecrisa para a criação do Hub de Inovação Aberta é um símbolo eloquente da nossa reverência ao passado e da nossa crença no futuro. Ao preservarmos a estrutura original, celebramos a força da indústria cerâmica que moldou a identidade de Criciúma. Ao mesmo tempo, damos vida nova a este espaço, transformando-o em um polo de criatividade, colaboração e empreendedorismo.
Como segunda etapa dessa primeira fase de implantação, no centro do projeto criamos um edifício-praça. A cidade utilizou muito ao longo da sua história o solo como matéria prima e por isso, como referência às minas de carvão, elevamos a praça para que abaixo dela possamos nos apropriar com um uso inovador. Essa edificação permite que as pessoas usufruam do espaço público em cima como praça e embaixo como um grande Centro de Visitação onde as pessoas poderão conhecer as iniciativas desenvolvidas dentro do parque.
A praça central do parque, com seu Centro de Visitação semi-enterrado, nos convida a mergulhar na história da cidade, relembrando a importância da mineração de carvão para o desenvolvimento regional. Mais do que um resgate histórico, este espaço será um ponto de encontro e convivência, onde a comunidade poderá se conectar com suas raízes, celebrar as conquistas do passado, mas vislumbrar o futuro que está acontecendo dentro do parque.
A história da cidade culmina nesse conjunto de edificações que representam a ambição da cidade em ser uma referência em inovação. As duas torres corporativas, imponentes, representam a nova etapa que Criciúma se propõe a trilhar. São símbolos da vanguarda tecnológica, da ambição por um futuro próspero e da aposta inabalável na inovação como motor do desenvolvimento.
A ideia é que essa arquitetura e presente fisicamente a inovação que se está buscando. O pórtico de entrada para o Parque com uma praça elevada que conecta os dois prédios. É um portal que nos leva a um universo onde a criatividade floresce, onde as ideias se transformam em realidade e onde o conhecimento é a chave para o progresso.
A ideia é que o restante dos terrenos possam ser ocupados pela diversidade de outras empresas e segmentos que a região oferece, fazendo a referência à diversidade de etnias presentes, contribuindo justamente para a cocriação, o encontro das mais variadas frentes de negócios que o parque pode abraçar.
É importante frisar que para um parque tecnológico a própria construção das edificações deve ser incentivada como um exemplo de inovação. Incentivar edifícios sustentáveis, de construção limpa, rápida e modular, com baixa emissão de carbono, com uso de energia solar, com terraços verdes. São formas do próprio ambiente físico mostrar às pessoas que elas estão inseridas em um ambiente diferente, que está pensando no futuro.
Além da qualidade arquitetônica é importante ressaltar que o uso permitido das edificações deve contemplar a dinamicidade que se deseja criar nesse parque, em que as edificações permitam o uso misto e a combinação de usos comerciais, corporativos mas também de moradia e hotelaria. Assim, garante-se o uso do parque em diferentes horários do dia e se incentiva a criação de um ecossistema que se auto sustenta.
Nossa equipe tem muito orgulho de participar desse projeto que, se realizado, será um símbolo da capacidade de Criciúma de se reinventar, de superar desafios e de construir um futuro promissor para todos. Como é um conceito desenvolvido para a Prefeitura, o objetivo é que o projeto incentive os atores locais a colocarem em prática os próximos passos para criação do masterplan e posterior construção do parque em um futuro próximo.
Lucas Passold
Felipe Augusto Rizzon
Julia Borba
Taíse Reis
Maria Eduarda Amaro
2024
Criciúma, SC. Brasil.
FIESC
Prefeitura de Criciúma
Masterplan Conceitual
137.372 m²
CO STUDIOc
Consultoria em Inovação: Exxas
Concluído